Você já deve ter ouvido falar e pode, até mesmo, implementar a lógica de colocar os seus clientes em primeiro lugar na empresa. Contudo, qual a posição dos colaboradores nesse sentido? Você já pensou que os membros do seu time também podem ser um tipo de cliente? Já ouviu falar em employee experience?

O employee experience é um conjunto de estratégias desenvolvidas para cuidar da experiência que os colaboradores têm dentro da organização, o que inclui o ambiente físico da empresa, o tecnológico e, inclusive, o cultural. Ele é um dos pilares fundamentais das organizações de sucesso.

Quer saber mais sobre a importância do employee experience na empresa? Então, continue a leitura e descubra agora mesmo!

O que é Employee Experience?

Se você sabe um pouco de inglês, consegue traduzir o termo logo de cara. Employee experience, em tradução literal para o português, significa Experiência do Colaborador.

Posto de forma simples, o conceito agrega tudo o que faz parte do universo do colaborador dentro da empresa. Para isso, leva em conta o que os colaboradores observam, sentem e pensam durante seu horário de trabalho e sua trajetória na empresa como um todo. Ou seja, é uma abordagem que avalia a experiência geral de cada funcionário. 

É claro que os padrões ideais variam de empresa para empresa e de pessoa para pessoa. Afinal, cada organização conta com suas próprias particularidades, metas e necessidades. Isso guia, também, o que a empresa espera dos colaboradores. Mas essa é uma via de mão dupla. Os colaboradores também têm expectativas específicas perante a companhia. 

O Employee Experience analisa justamente essa intersecção entre a perspectiva do colaborador e a da empresa. Dessa forma, quanto mais alinhadas estiverem essas diferentes visões, melhor será a experiência de todos os envolvidos. 

É bem verdade que Employee Experience não é um tema novo. O assunto já é foco de diversos estudos realizados por instituições renomadas de todo o mundo. Também é aplicado nas empresas líderes de mercado, como o Google, que é considerado por muitos um dos melhores lugares para se trabalhar. 

No Brasil, contudo, o termo é relativamente novo. Muitas vezes, mesmo quando utilizado, o conceito carece de conteúdo. Por isso, para realmente enriquecer a experiência das suas equipes, é fundamental entender a fundo a evolução do Employee Experience. Dito isso, nos acompanhe em uma breve viagem no tempo. 

Era da Utilidade

Nosso primeiro destino é a década de 50. É crucial observar essa época com o contexto social em que ela estava inserida. O trabalho era meramente visto como uma forma de sustentar a família e ter algum poder aquisitivo em um mercado que estava em pleno crescimento. Dessa forma, a relação entre empregados e empregadores era muito direta. 

A experiência do colaborador limitava-se ao exercício de suas funções. Empresa nenhuma preocupava-se em promover ambientes de trabalho diferenciados, visto que a mão de obra era praticamente inacabável, já que a concorrência não era lá tão grande. Além do salário, a companhia limitava-se a distribuir as ferramentas e equipamentos necessários para cada função. 

Era da Produtividade

Mas o tempo passou e essa competitividade entre empresas explodiu. Com a globalização e consolidação da revolução industrial, novos mercados se abriram, com oportunidades, desafios e, principalmente, novos concorrentes. Foi nessa época que a preocupação em otimizar a produtividade começou. Lembra da linha de montagem criada por Henry Ford e retratada por Charles Chaplin? Pois é!

A otimização da produção de mercadorias era o único objetivo. Em outras palavras, os colaboradores eram encorajados – ou forçados – a realizar o máximo possível de entregas em um período muito menor. O foco, como você pode ver, era no curto prazo. Essa foi, também, a era do microgerenciamento: os trabalhadores eram minuciosamente monitorados.

Não dá para dizer que esse modelo de repetitividade excessiva era, de alguma forma, benéfico para o colaborador, concorda? Mas isso não era exatamente importante. O contexto precisou mudar para que essa situação se revertesse. 

Era do Engajamento

Chegamos, então, à era do engajamento. Você provavelmente escuta essa palavrinha milhares de vezes durante o trabalho, não é? Atualmente, é preciso medir engajamento, implementar técnicas para aumentá-lo, etc. Mas você sabe como esse conceito se consolidou no mundo corporativo? Nossa próxima parada é a década de 90. 

O personagem principal dessa narrativa é William Kahn, professor universitário americano. Kahn desenvolveu um estudo em que foi possível comprovar a relação entre performance e experiência. Em sua pesquisa, o acadêmico deixou claro e evidente que, quando os colaboradores se sentem bem no local de trabalho, o engajamento sobe e, com isso, a produtividade. 

É importante notar que o ponto de vista de Kahn era absolutamente inovador para a época. Um exemplo famoso para ilustrar isso é o da General Eletric, uma das maiores empresas do planeta. Durante os anos 90, a GE orgulhosamente implementou táticas um tanto questionáveis para subir a produtividade, como a demissão anual de 10% dos colaboradores. A prática foi posteriormente abandonada. 

Com base nos estudos divulgados por William Kahn, departamentos de RH passaram a se preocupar com algumas coisas que seguem relevantes até hoje. Por exemplo, a pesquisa anual de clima, o investimento em cultura organizacional e a remuneração variável com base em metas. Foi um grande avanço, mas essa era também ficou para trás. O trabalho mudou e segue mudando. 

Era da Experiência

Finalmente, voltamos ao presente. Vivemos no que podemos chamar de Era da Experiência. Em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo, o valor de providenciar experiências positivas para os colaboradores é inquestionável. Estamos falando do aumento na taxa de retenção, no estabelecimento de marca empregadora, na facilidade para atrair talentos etc. 

Essa questão se tornou tão importante no mundo atual que extrapola os limites do ambiente organizacional. Empresas que tratam bem seus colaboradores acabam ganhando pontos com o público em geral. Dessa forma, a experiência dos colaboradores torna-se, também, um diferencial competitivo no mercado.

O time como cliente

Antes de entender como funciona o employee experience, é necessário descobrir a lógica por trás desse conceito. Ela se apoia no entendimento de que o colaborador é, também, um tipo de cliente da empresa. Isso porque o funcionário é quem, efetivamente, gera resultados para a organização.

É ele quem coloca em funcionamento todos os planos e projetos da empresa e é quem constrói produtos e serviços, levando os resultados até o consumidor final. Dessa forma, ele se relaciona com a empresa e a qualidade dos seus resultados, por isso, está diretamente envolvida nessa relação. Desse modo, ele se beneficia da empresa, mas também gera benefícios.

Ainda, o funcionário tem necessidades que devem ser atendidas para que ele continue na organização, como expectativas em relação aos colegas, gestores e ao negócio como um todo. Ele, inclusive, funciona como um promotor — ou detrator — da imagem do negócio perante o mercado. Portanto, sim, os membros do seu time são um tipo de cliente, diferentemente dos consumidores externos, mas que também precisa ser considerado nas decisões e nas estratégias da organização.

A importância de o RH colocar o employee experience em foco

O employee experience é, portanto, essa construção de uma experiência positiva para o colaborador dentro da empresa. Ele se refere a uma prática que abre portas para que o profissional se apaixone pelo negócio, para que ele compartilhe os valores da empresa e coloque eles em prática. Entretanto, e quando se fala em resultados? Qual a importância do investimento nesse tipo de estratégia?

A sua empresa se sobressai

Existem pesquisas que mostram que as empresas que investem em employee experience têm maiores chances de aparecerem nas listas de melhores empresas para trabalhar ou das mais inovadoras. Mesmo que você não tenha o objetivo de aparecer nessas listas, isso mostra que esse tipo de investimento abre portas para que você lidere o seu mercado de atuação e se destaque dos concorrentes.

Ou seja, quando você investe em employee experience, pode fazer com que a sua empresa se sobressaia, atraindo mais clientes para o negócio. Além disso, esse tipo de investimento pode reduzir os índices de rotatividade da empresa. Como você já sabe, a rotatividade é um grande problema para a organização. Afinal, ela envolve gastos com contratação e demissão de funcionários e, ainda, prejudica a produtividade e o alinhamento do time.

Dessa forma, ao reduzir a rotatividade, você é capaz de criar um time mais produtivo e engajado e, ainda, reduzir os custos operacionais do negócio.

O employee experience melhora a motivação

Por fim, outro benefício que mostra a importância do employee experience para a empresa é o aumento da motivação e, até mesmo, da atração de talentos para o negócio.

Empresas que investem nesse tipo de estratégia contam com um time mais motivado e engajado nas suas atividades. Os profissionais do mercado também ficam atentos a essa característica, o que faz com que o seu negócio atraia os melhores talentos para dentro da organização.

Como investir em employee experience

Agora que você já sabe como funciona e quais são os benefícios e a importância de investir no employee experience, é hora de entender algumas boas práticas para fazer isso dentro da empresa. Descubra agora mesmo as nossas dicas!

Pense no processo seletivo

O employee experience começa desde o momento da contratação do colaborador. Dessa forma, é importante que você crie um processo seletivo agradável para os profissionais que entram na sua empresa, evitando o estresse e a ansiedade que ele pode gerar.

Além disso, busque estratégias para contratar focando na cultura da empresa. Com isso, você garante um time mais alinhado aos valores da organização e é capaz de contribuir ativamente para uma boa experiência de todos dentro da empresa.

Desenvolva os talentos

Investir nos seus talentos é essencial para garantir uma experiência positiva dentro da empresa. Dessa forma, inspire os profissionais a serem melhores, indicando cursos, treinamentos, livros e outras formas de desenvolvimento. Afinal, para que o negócio cresça, todos precisam crescer juntos.

Vale lembrar de que as relações dentro da empresa precisam ir além de meras relações de trabalho para que você tenha um bom employee experience. Dessa forma, ao investir nos talentos, auxiliando-os a se desenvolverem, você mostra uma valorização dos profissionais que fazem parte do time e cria um ambiente de trabalho colaborativo e de crescimento pessoal e profissional.

Valorize as diferenças

Os seus colaboradores são diferentes entre si. Essas diferenças aparecem na forma como eles veem o mundo ao redor, no seu jeito de trabalhar, nas preferências pessoais e profissionais, entre outros. Dessa forma, é importante que você saiba (e seus funcionários também) que isso não é um problema e essas diferenças devem ser valorizadas e celebradas.

Portanto, atue ativamente para defender e respeitar as particularidades de cada um na empresa e valorize a diversidade. Buscar estratégias como o oferecimento de benefícios flexíveis, horários de trabalho personalizados e compreensão em relação aos problemas e dificuldades que cada um enfrenta são formas de fazer isso.

Invista em comunicação interna

Outra forma de investir nessa estratégia é ter uma comunicação interna eficiente e transparente. Isso significa que você deve comunicar o que acontece dentro da empresa, desde as coisas boas até os problemas. Isso deve ser feito com tato, principalmente no que se refere aos feedbacks negativos, respeitando o colaborador e se importando genuinamente com ele. Vale lembrar de que, ao comunicar problemas, o profissional toma consciência de que eles existem e, com isso, pode trabalhar ativamente para melhorar.

Como você pôde perceber, o employee experience é uma inversão da lógica de atuação da empresa, colocando os colaboradores em primeiro lugar e enxergando-os como clientes da organização. Isso pode trazer uma série de benefícios, como a redução da rotatividade, aumento da motivação e produtividade do time, entre outros. Esse investimento pode ser, inclusive, o diferencial que você precisa para fazer com que a sua empresa se destaque no mercado.

Quer continuar aprendendo? Então, aproveite para ler também o nosso próximo artigo e descubra como os benefícios contribuem para a produtividade da sua empresa!

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2 comentários

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